É tempo de colheita, meu amigo…
Do alpendre levanto os olhos cansados
E vejo o firmamento
Com suas nuvens negras
Escondendo o ardente sol.
O dia torna-se noite,
E quem estava à espreita
Revela-se com seus olhos famintos,
Sedentes de puras almas.
É tempo de colheita, meu amigo…
O mundo já se perdeu,
E as crianças estão sozinhas
Com smartphones em suas mãos,
Revendo e repetindo palavras insanas.
Não adianta tentar correr
Nem se esconder ou suplicar,
Pois a tardia escuridão chegou,
Enquanto compartilhávamos falsos sorrisos.
É tempo de colheita, meu amigo…
Ano após ano uma lição não aprendida,
Continuamos livrando os ladrões,
Seguindo quem tem mais curtidas,
Embelezados por pó em pincéis.
Sim, o dia tornou-se noite
Agora ouço os gritos em covas,
Fecho os olhos e sento no gramado,
Esperando a colheita que já tardou em vir.
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