Natal é tempo de tradições, mas um parece-me deplorável: jogar balas para as crianças!
Pode até me chamar de chato, mas sempre que vejo uma cena dessas, bate-me a indignação. Vamos à leitura da cena…
No último final de semana, caminhava com a minha esposa em uma rua próxima de casa, quando ouvimos um barulho ensurdecedor, parecia uma locomotiva, mas quando olhamos visualizamos um pequeno caminhão, puxando uma carretinha.
O veículo estava todo preparado para o Natal, enfeites, mulheres com gorros, música natalina, e na última parte da carretinha várias caixas de presentes. Clima de alegria, é claro! – Prometo não falar da perturbação do sossego com aquela desnecessária buzina!!!
Logo a nossa frente uma mãe com o seu pequeno filho, que caminhavam pela calçada.
Para essas duas pessoas, aquelas do caminhão, jogaram balas, que foram direto ao chão.
A criança ajunta, é claro, pois jogaram a ela balas! Divertido, não?! Nem um pouco.

A esmola de Natal
A intenção pode até ser boa, sair por aí, alegres da vida e dar balas, mas devemos evoluir, mostrar dignidade e não reforçarmos um aspecto de pobreza presente nesse ato.
Pergunto-me:
- Seria difícil parar e entregar nas mãos um punhado de balas?
- É bonito de ver as crianças ajuntar as balas do chão, junto com poeira, sujeira, e sabe-se lá mais o quê?
- Já que o clima é de se importar com o próximo, custa atingir menos pessoas com as balas e sorrir e entregar as balas com dignidade?
- O carro ricamente ornado e pessoas a jogar balas é para mostrar verdadeiramente o quanto são boas e caridosas?
O resgate da alegria e da dignidade
É óbvio que o clima natalino favorece a alegria, a doação, a esperança… Mas, para aqueles que esperam esse momento do ano para fazer o bem, que o façam de maneira digna, dando atenção, aproximando-se do outro, estendendo a mão e abrindo um sorriso.
Não faça de conta que se importa com o outro, simplesmente por comprar um pacotão de balas, desfilar e jogá-las pelas ruas, feliz da vida, por ver as crianças parecendo galinhas catando milho.
Portanto, não é pela bala, se você me entende, é pela forma como é entregue. Só isso! – Acredito que as três fotografias falam por si só…

Me sinto menos sozinha sabendo que tem pessoas que me entendem!
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