Toda vez que olho para o horizonte
Penso em coisas impossíveis
Penso em voar e ser livre
Sonho em transpassar
este muro que me cerca.
Essas visões abstratas
atormentam meus pensamentos
e tornam meu corpo uma navalha
que ceifa a busca pelo tangível.
Apenas me resta uma fissura
tão fina, tão pequena, porém
com uma profundidade longe
ao alcance visual comum.
Sinto o incomum
Vejo o invisível
Toco o imaginário
Quero ver além do muro
Quero ver o que há além das sombras
Sentir o calor dos normais
Falar de coisas reais
Com pessoas reais
Mas, entorpeço-me cada vez mais,
Quero morrer e poder voar
além do horizonte
e conhecer universos além.
Estou só,
deixo-me derrotar por ele…
Que é tão alto
Tão invencível
Tão espesso
Tão profundo
Estou com medo,
medo de perder
medo de morrer.
O que me resta
Nesta vida desgraçada?
O muro cairá,
Estarei embaixo,
Gritarei agonizante
a minha dor, enquanto
a morte, lentamente se aproximará.
O horizonte, quanto penso que é belo,
Brindemos, então,
mais uma vez,
e mais outra,
a minha eterna prisão.
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