Em tempos outrora calado
O seu peito inflado de suplício eterno
Agora com a cruz em suas mãos.
Gemendo pela falta dos irmãos
Presos no passado perpétuo, em laços
Envolvendo seus corpos retalhados em ordens.
Nada pensa fora o seu tempo perdido,
Apenas um ser iludido com olhos de estátua,
Sentindo-se frágil a um aperto de mãos,
E apenas um singelo não… faz-lhe cair em terra,
A brisa lhe acaricia o rosto fúnebre.
Seu posto: agora a espera de outro homem.
Entorpecido pelo cheiro mortuário,
Sente-se no santuário negro da perdição.
Nada pode a não ser clamar
E esperar por providências utópicas da Esperança.
Caminha sobre os montes desfigurados,
Com seres alados no mundo movediço.
A realidade é ainda mais atroz ao anoitecer,
Sente, ouve, exala…
Enquanto as estrelas explodem,
Tudo como ontem… como o amanhã…
Entre sangue e lágrimas em seu coração,
Apenas uma oração o faz: abrir os olhos ao amanhecer!
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