Sempre ouvimos discursos inflamados defendendo o Estado Democrático de Direito, entretanto, vivemos em uma variante, a chamada Democracia Brasileira, digna de estudo e reflexão:
Democracia
Em sua essência, sustenta-se em três bases: reunião de pessoas, exposição de argumentos e consenso.
Ora, na atualizada, as pessoas reunidas são uma categoria de pessoas eleitas para representar o povo. Logo, pode-se dizer que na Democracia Brasileira temos esse primeiro pilar em sua plenitude.
Exposição de argumentos
Democraticamente eleitos, os representantes deveriam usar a oratória para apresentar, defender suas ideias ou refletir sobre outras. Entretanto, esse pilar é frágil, pois cansamos de ver imagens divulgadas pela mídia mostrando parlamentares dormindo durante as plenárias; outros usando o celular ou rindo com seus colegas de trabalho; isso quando se dão ao trabalho de se fazer presentes no ato.
Consenso
É claro que o consenso não ocorre em sua plenitude, mas é por isso que ocorre a votação, pois as diferentes opiniões impedem que todos assumam uma mesma postura.
Entretanto, para ocorrer o consenso ou a votação é necessário que os representantes do povo exponham suas ideias, seus olhares, defendam seus argumentos ou acabem aceitando o argumento contrário.
Quase todos os dias ocorrem votações, com aprovação ou não de inúmeras matérias. Logo, pode-se pensar, ocorre a argumentação, a discussão de ideias, certo? Errado. Como assim?
Os argumentos até podem ocorrer, bem como as votações, mas não banhados pela essência da verdadeira democracia, mas motivadas pela venda dos votos diante das emendas parlamentares, dos favores, do “toma aqui, pega lá”.
Ou seja, o consenso ou votação está intimamente atrelada ao item anterior: argumentação, exposição de ideias, se isso não ocorre a votação, seja ela qual for, é maculada.
Quem apoia o governo, emenda aprovada, quem é da oposição, nenhum projeto é considerado.
Esse é o jogo da “democracia brasileira”, cuja dança, ou melhor, rebolado, inicia já nas câmaras municipais, com os mais próximos representantes eleitos do povo, os estimados vereadores.
Quantas sessões testemunhamos a incapacidade de argumentação dos nossos representantes, das suas decisões contra o povo e sua incapacidade de ao menos defender o seu ponto de vista? Quantas vezes flagramos o silêncio diante de temas importantes? Quantos votam por pressão do partido?
Exceções existem, como em todo lugar, mas parece que nesse segmento, em que não é exigido índole, currículo, integridade, profissionalismo, seriedade, ética… ocorre uma reunião de pessoas cegas por poder e incapazes de olhar para o povo após apertar SIM ou NÃO, durante sua representação.
A “democracia brasileira” é uma falácia que se alimenta da esperança de um povo que sonha em ver um lugar melhor, governado por pessoas melhores que sempre estão num por vir. – Quem serão aqueles que vestirão a capa da salvação em 2018?
